sábado, 26 de novembro de 2011

O CÂNON E OS OUTROS

O cânon dos livros sagrados da bíblia é um dos motivos que mais dividem os religiosos da banda de cá, digamos, os que professam o nome de Jesus. Traduzindo: os que se dizem cristãos.

Primeiro de tudo, a bíblia que os católicos carregam não é a mesma dos protestantes, ou evangélicos ou crentes.

A informação do parágrafo anterior é desconhecida de muita gente boa. Outros, que já não se parecem com gente boa coisa nenhuma, preferem enganar a todos com o argumento de que todas as bíblias são iguais.

Não. Há muitas diferenças entre bíblias e bíblias. A dos protestantes (dos que preferem estar na ala dos reconhecidamente evangélicos) é a tradução de João Ferreira de Almeida. Nesta não contém os livros Tobias, Judite, I e II Macabeus, Eclesiástico, Sabedoria e Baruc. Sete ao todo, fora dois capítulos de Ester e outros que não me lembro. O Novo Testamento é idêntico.

Há ainda a bíblia das Testemunhas de Jeová, que diferem em passagens como a forma como Jesus morreu e outras passagens.

Quanto ao tempo em que o cânon foi fechado, há informações de que o catálogo sagrado começou a ser definido pela Igreja Católica em 393 durante o Concílio Regional de Hipona (África). A Igreja desde os tempos apostólicos, utilizou a versão grega dos livros sagrados, chamada Septuaginta.

Desde o séc. IV até o séc. XVI, a Bíblia era a mesma para todos os cristãos. A diferença ocorreu durante a Reforma Protestante, quando Martinho Lutero renegou 7 livros do antigo testamento (Tobias, Judite, 1 Macabeus, 2 Macabeus, Sabedoria, Eclesiástico, Baruc, trechos de Daniel e Ester) e a carta de Tiago do Novo Testamento. (Veritatis Splendor)

E por que Lutero rejeitou tais livros?

Lutero renegou tais livros porque eram fortemente contrários à sua doutrina. Por causa de uma das colunas de sua doutrina a “Sola Fide” ou Somente a fé, Lutero alterou o famoso versículo “Mas o justo viverá da fé” (Rm 1,17) para “Mas o justo viverá somente pela fé”, e renegava a Carta de Tiago, que ensina que somente a fé não basta, é preciso as obras. Devido ao prestígio que a Carta de Tiago tinha, Lutero não obteve sucesso ao excluir tal livro. Quanto ao Antigo Testamento, os protestantes então revolveram ficar com o catálogo definido pelos Judeus da Palestina. (idem).

Diante das informações acima, o que devemos fazer? Sim. Uma das alternativas é a gente expor esses argumentos e dizer que não é fácil duelar com alguém que tem poucas armas, enquanto nós temos muito mais nas mãos. É pura covardia.

Em tempo: os protestantes dizem que os sete livros que eles não têm são apócrifos. Apócrifos, todo mundo sabe, são outros que queriam colocar na época do fechamento do cânon.



Nenhum comentário:

Seguidores