quinta-feira, 1 de maio de 2008

O PODER DE PERDOAR PECADOS

“Àqueles a quem perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, são-lhes retidos.” (João 20,23).

Historicamente, o poder de perdoar pecados podemos ver na Bíblia desde o Velho Testamento, estendendo-se ao Novo. O texto seguinte mostra o modelo antigo de expiar as culpas das pessoas. Vejamos Levítico 16, 20 a 21: “Quando Arão houver acabado de fazer expiação pelo lugar santo, pela tenda da revelação, e pelo altar, apresentará o bode vivo; e, pondo as mãos sobre a cabeça do bode vivo, confessará sobre ele todas as iniqüidades dos filhos de Israel, e todas as suas transgressões, sim, todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode, e enviá-lo-á para o deserto, pela mão de um homem designado para isso.”
Segundo a ótica dos judeus, só Deus tinha o poder de perdoar os pecados, não o homem. Assim interpretando, ficaram escandalizados pelo fato de Jesus curar e perdoar ao mesmo tempo. O texto de Mateus resume tudo isso: “E eis que lhe trouxeram um paralítico deitado num leito. Jesus, pois, vendo-lhes a fé, disse ao paralítico: Tem ânimo, filho; perdoados são os teus pecados. E alguns dos escribas disseram consigo: Este homem blasfema. Mas Jesus, conhecendo-lhes os pensamentos, disse: Por que pensais o mal em vossos corações? Pois qual é mais fácil? dizer: Perdoados são os teus pecados, ou dizer: Levanta-te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma o teu leito, e vai para tua casa.” (Mateus 9, 2 a 6).
Depois que Jesus morreu e ressuscitou, apareceu a algumas mulheres, entre as quais Maria Madalena. Depois apareceu aos discípulos, deu algumas instruções e poder para pregar e curar. Em João 20, 21, lemos que Jesus diz que “assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós”. No versículo 23, o Mestre diz:“Àqueles a quem perdoardes os pecados, são-lhes perdoados; e àqueles a quem os retiverdes, são-lhes retidos.” (João 20,23).
Esta palavra de Cristo mostra a sua confirmação divina à sentença proferida pelos apóstolos e equivale a dizer: Se perdoardes, eu também perdôo; se retiverdes, eu também retenho, tal qual como ele antes havia dito: Tudo o que vós ligardes sobre a Terra será ligado também no céu; e tudo o que vós desatardes sobre a Terra será desatado também no céu. (Mateus 16:18).Desde esse momento se viu que o poder de ligar e desligar que receberam Pedro e os demais apóstolos, ia muito mais longe do que a princípio se poderia imaginar. Era também a respeito dos próprios pecados, das culpas íntimas de cada um dos cristãos, que os apóstolos e seus sucessores recebiam poderes de ligar e desligar: podendo desligá-los destes pecados ou deixá-los ainda presos, ligados pelos mesmos, até que recebessem a absolvição. E assim se começou a ver que o poder concedido a Pedro e do qual os demais apóstolos também participavam, se estendia até ao mais íntimo das consciências: era não só o poder de governar, mas igualmente o de conceder ou não conceder o perdão dos pecados.

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