HERODES, O OUVINTE DA PALAVRA DE DEUS

Na liturgia de hoje, o evangelista Marcos narra que o rei Herodes era um ouvinte, mas não praticante da Palavra de Deus:

"²⁰Com efeito, Herodes tinha medo de João, pois sabia que ele era justo e santo, e por isso o protegia. Gostava de ouvi-lo, embora ficasse embaraçado quando o escutava. "

A atitude dele é comum entre as pessoas. Isso não é "privilégio" de Herodes. Qualquer um de nós podemos incorrer no mesmo erro daquele monarca.

(Marcos 6, 17-19)

O DISCÍPULO MODESTO

O discípulo a quem Jesus amava era muito modesto. Modestíssimo.

A tradição afirma que era João. Daí deduzirmos que ele não quis dizer que ele era o discípulo a quem o Mestre amava.

"Então eu, que era o discípulo a quem Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor!" (João 21, 7).

Imaginem se o evangelista João tivesse redigido o texto do jeito que escrevi acima. O que estaríamos dizendo dele agora?

O DISCÍPULO A QUEM JESUS AMAVA

No dia em que Jesus anunciava quem iria o trair, "aquele que Jesus amava, estava reclinado ao peito de Jesus. (João 13, 23).

No dia da ressurreição de Jesus, entre os dois primeiros discípulos homens que foram ao túmulo ver Jesus estava o "discípulo que Jesus amava." Ele correu mais depressa, a ponto de chegar primeiro do que Pedro. (João 20, 2, 4, 6).

Depois de ressuscitado, Jesus apareceu aos discípulos que pescavam às margens do mar de Tiberíades. A pescaria foi um fracasso. Com a presença de Jesus, a coisa melhorou. Depois de obedecer a ordem do Mestre, que mandou lançar as redes, e vendo o millagre da quantidade de peixes que surgiu, "O discipulo a quem Jesus amava disse a Pedro: 'É o Senhor!' "

Como veem, em nenhuma parte dos Evangelhos ou cartas de Paulo diz o nome do discípulo que Jesus amava.

No entanto, a tradição - que é defendida pela Igreja Católica - afirma que é João, o quarto evangelista.

O interessante é que as denominações protestantes não se deram conta de que a Bíblia não afirma o nome desse evangelista. Apenas dá para entender que é João. A Igreja, sabiamente, afirma, baseada na tradição.

Uma vez, um protestante me disse, com todas as letras, que "a Bíblia diz o nome!"

Já faz mais de um ano que espero a referência bíblica.

O que ocorre, meus amigos, é que a força da tradição muitas vezes trai os que defendem com unhas, dentes e coração a sola scriptura.

Viva a tradição!

EVANGELHO DE HOJE

A mulher cananeia pede a Jesus, mas este nega, a princípio. Depois da insistência da mulher, Jesus atende.

A fé move montanhas, tinha dito o Mestre. Aqui a montanha era a dificuldade que ela enfrentava.

(Mateus 15, 21-28)

A ÚNICA SOLUÇÃO

Leio num panfleto religioso que "só existe uma possiblidade de encontrar ajuda e salvação verdadeiras na situação em que você se encontra, e este caminho é ir até Jesus pedir ajuda a ele."

Interessante é o versículo da Bíblia que é referência para o comentário acima: Atos 4, 12.

"E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos."

É importante que entendamos o contexto do texto. Foi num discurso do apóstolo São Pedro que ele pronunciou o texto acima. Olhem e vejam se ele falou em ajuda. Não. Ele fala em salvação somente. Mas o comentarista baseia-se naquela passagem para falar também de ajuda.

A falsa interpretação é, sem sombra de dúvida, um dos maiores frutos do livre exame.

JESUS ACALMA OS VENTOS

Na liturgia de hoje, o Evangelho traz a conhecida história do homem que acalmou uma tempestade.

Os fariseus já o tinham acusado de não ter o poder de perdoar pecados por ser um homem. Mais tarde ele também deu aos discípulos esse poder. Os fariseu quebraram a cara.

Agora eram os discípulos que viam um homem sobre as águas. Chamaram-no de fantasma. Nem imaginavam que ali era um homem-Deus.

Esse "fantasma" acalmaria as ondas. Não sei como é que ainda haja gente com a Bíblia na mão que afirme que Jesus não seja Deus!

(Mateus 14, 22-33)